Ei, abre os olhos

Era sábado, o relógio marcava exatamente suas 2:45 da vermelha madrugada, já não saberia mais diferenciar se era tarde ou madrugada se não fosse por uma pequena falha na cortina da janela, que me abria os olhos e parecia dizer sem voz "ei, abre os olhos". Optei por ignorar toda e qualquer frase que me dissessem coisas do tipo, pois não haveria importância, um dia a mais outro a menos, acabaríamos no mesmo ponto, não importa a forma como chegaria a isso, minha mente se revirava e era possível lembrar momentos em que árvores cresciam de uma forma autoritária, e tentavam se sobrepor aos arbustos, aos pequenos mortais, as arvores eram fortes e tinham pleno poder, mas certo dia os arbustos começaram a crescer sem parar e tentavam mostrar poder contra pequenos animais, que ao avistarem tal nuvem tão escura, pensariam que nunca mais veriam luz, e foram se superando, se elevando, se contornando.. Ate que um dia, que lembro como hoje, não que não seja hoje, avistou-se uma luz, por um relance na janela.


Caroline Madruga.